Uma revolução está chegando ao campo

Uma revolução está chegando ao campo

É de conhecimento de todos nós que o Brasil é uma das maiores potências agrícolas do mundo, gerando milhões de postos de trabalho diretos e indiretos, movimentando milhares de empresas e aquecendo a economia em cidades localizadas em regiões remotas de nosso país.

 

O agro contribui para boa parte da nossa balança comercial, trazendo divisas oriundas das exportações de cereais e proteínas animais principalmente, entretanto há um aspecto obscuro que nós raramente nos damos conta, a poluição plástica no campo.

 

Costumamos pensar apenas nas grandes plantações de grãos, mas parte do nosso agronegócio depende do plantio de hortaliças, frutíferas, árvores para extração de madeira e outras como flores e plantas para jardinagem. Essas plantas, em geral, são cultivadas inicialmente em viveiros de mudas, onde sementes ou ramas são plantadas em saquinhos ou tubetes plásticos para que possam se desenvolver e atingir tamanho e maturidade suficientes para ser replantada no campo.

 

Uma vez prontas para o replantio as mudas são retiradas dos saquinhos ou dos tubetes, geralmente feito de polietileno ou polipropileno reciclado, e colocadas no solo, em alguns casos há danos mecânicos no sistema radicular das plantas durante a retirada do saquinho ou do tubete, o que pode ocasionar atraso no desenvolvimento da planta ou mesmo a entrada de patógenos nas raízes.

A questão é, e o saquinho? E o tubete? Você sabe o que acontece com eles?

O tubete ainda pode ser reutilizado após passar por um processo de lavagem, mas o seu uso não é infinito, após poucos plantios ele será descartado pois perderá suas propriedades mecânicas, principalmente pela fotodegradação.

O saquinho, após cortado para retirar a muda e o torrão de terra, é sumariamente descartado pelo agricultor. Nesse caso a reciclagem é uma utopia, pois o saquinho tem muita contaminação e degradação o que inviabiliza comercialmente a sua reciclagem, além do fato de não haver viabilidade econômica para a coleta desses materiais nos mais distantes cantos do nosso imenso país.

Diante disso, o agricultor não vê uma alternativa senão descartar o saquinho no campo, ou mesmo queimá-lo com restos de lavoura ou podas, fato muito comum nas propriedades rurais.

Mas afinal, como mudar isso e preservar nosso meio ambiente?

A Eco Brasil Biopolímeros desenvolveu um composto termoplástico totalmente biodegradável e compostável de alto desempenho, utilizando as mais modernas matérias-primas e tecnologias já utilizadas na Ásia e Europa. O material já está em estudo conclusivo para substituir o plástico convencional de petróleo no segmento do agronegócio.

 

Esse composto estará disponível para comercialização em larga escala já a partir de abril de 2023, sendo fornecido em grânulos para que os fabricantes de embalagens possam fazer as mais diversas medidas por uma simples extrusão tubular.

 

Utilizando se o PU-968 é possível fazer filmes tubulares a partir de 08 micra de espessura capazes de produzir saquinhos para mudas para as mais diversas culturas. Cultivares de ciclo curto, exemplificada nas fotos, levam em média 35 dias entre a semeadura e o replantio no campo, tempo suficiente para que o saquinho comece a sofrer um processo chamado hidrólise, que nada mais é que a decomposição molecular do plástico quando em contato com água, calor e microrganismos.

Essa decomposição molecular é a biodegradação, ou seja, fatores ambientais são responsáveis pela degradação do plástico, sem que haja necessidade de fatores artificiais no processo. O resultado dessa biodegradação é meramente água, dióxido de carbono e matéria orgânica.

Para maior credibilidade e transparência, a Eco Brasil Biopolímeros formalizou com a Universidade Federal do Paraná, uma atividade com duração de 180 dias, para o estudo mais aprofundado sobre a biodegradabilidade em solo de filmes produzidos a partir do PU-968 e outros dois materiais, o PU-161 e PU-355, nas espessuras 15 e 45 micra. Os resultados são promissores e indicam, sim, a capacidade dos materiais em se biodegradarem no solo, sem necessidade de compostagem industrial. 

O propósito dessa tecnologia é trazer ao agricultor uma alternativa sustentável e ambientalmente responsável, pois possibilita a eliminação do descarte de saquinhos plásticos na propriedade rural, uma vez que eles poderão ser plantados no solo com as mudas, mas mesmo que o agricultor opte por não “plantar” o saquinho não haverá problema, pois ele se biodegradará no solo em questão de meses, sem deixar resíduos químicos ou micro plásticos.  A biodegradação do saquinho continuará, em maior velocidade, quando enterrado, não trazendo prejuízo ao crescimento da planta e tampouco deixando micro plástico na terra. 

A espessura do saquinho poderá variar conforme o porte da muda e o período entre semeadura e replantio, quanto à total biodegradação do saquinho ela pode ocorrer em até dois anos, variando para mais ou menos conforme a espessura e condições climáticas, entretanto isso não afeta o desenvolvimento radicular da planta e consequentemente o seu crescimento, pois já em poucas semanas o saquinho apresentará degradação suficiente para liberar as raízes no solo.

Falamos aqui sobre a produção de saquinhos para mudas em específico, porém abre se uma porta para a ampla utilização desse material dentro do agronegócio, imagine, por exemplo, um saco para cacho de banana que após o uso o agricultor pode simplesmente colocá-lo na pilha de compostagem, um filme agrícola que após o ciclo da lavoura ele possa ser incorporado à terra com o uso do arado ou mesmo uma embalagem de isca para roedores e demais pragas.

Biodegradáveis compostáveis não estão aqui para competir com os plásticos de petróleo convencionais, mas sim tomar parte dos segmentos onde os plásticos convencionais não têm a chance de ser reciclados e voltar à cadeia produtiva, atualmente produzimos muito plástico que simplesmente vai para o lixo, sem condições técnicas e econômicas para a reciclagem, é por essa filosofia que nós da Eco Brasil Biopolímeros batalhamos, para que tenhamos cada vez mais um meio ambiente em equilíbrio com o desenvolvimento industrial.

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