Você sabe a diferença entre plástico convencional, oxibiodegradável, biodegradável e compostável
Plástico convencional, plástico oxibiodegradável, plástico biodegradável, plástico compostável… talvez você já tenha se deparado com todas essas classificações ao pesquisar por embalagens plásticas disponíveis no mercado. E talvez não tenha dado muita atenção às diferenças entre eles, que são muitas e fazem a diferença para um consumo mais sustentável.
É normal querer apostar em uma alternativa mais tradicional ou mesmo mais barata. Mas isso não significa que elas sejam as melhores, especialmente se você tem uma empresa que quer adotar ações ecológicas em seus processos ou se é um consumidor que pretende ter uma vida pautada na sustentabilidade, sem prejudicar o meio ambiente.
E saiba que sim, é possível causar menos impactos no planeta usando plástico, desde que você saiba escolher. Por isso, para tirar suas dúvidas a respeito de todos os tipos desse material, basta continuar a leitura!
Por que é importante saber a diferença entre os tipos de plástico?
Antes de falar sobre a diferença entre plástico convencional, oxibiodegradável, biodegradável e compostável, vale a pena entender a importância em se tratar do assunto. Quanto mais as pessoas, empresas e organizações se interessam por sustentabilidade, proteção ao meio ambiente e consumo consciente de recursos, mais elas são bombardeadas com uma infinidade de informações.
Entretanto, muitas delas são imprecisas e até mesmo falsas. Isso porque muitas empresas, principalmente do setor plástico, buscam aumentar seus lucros oferecendo soluções que na verdade não trazem qualquer benefício ecológico.
Além disso, nem todo mundo tem conhecimento técnico suficiente para compreender, de fato, o que um produto biodegradável faz, por exemplo. Ainda há quem invista em embalagens classificadas como sustentáveis, sem saber que na verdade elas contam apenas com aditivos que impactam negativamente o meio ambiente.
Dessa maneira, é muito importante mostrar distinções entre os plásticos existentes no mercado e suas nomenclaturas mais corretas. Assim, você, como empresário ou consumidor, pode entender melhor em que tipo de plástico é seguro investir e usar.
Qual é a diferença entre plástico convencional, plástico oxibiodegradável, plástico biodegradável e plástico compostável?
Agora sim é hora de compreender exatamente o que há de diferente entre plástico convencional, plástico oxibiodegradável, plástico biodegradável e plástico compostável. Confira as especificações de cada um deles a seguir!
Plástico convencional
O plástico convencional é aquele que marca presença constante em nossas vidas. Ele compõe a maioria das embalagens que utilizamos no dia a dia, em basicamente qualquer compra realizada. Eles podem ser classificados como:
- polietileno e polipropileno: usados em embalagens flexíveis, como sacos, sacolinhas e filmes.
- poliestireno: é um material mais rígido, encontrado geralmente em itens descartáveis como pratinhos, talheres e copos.
Esses plásticos possuem estrutura química extremamente forte e estável, e por essa razão são muito resistentes à degradação, principalmente quando descartados de forma inadequada no meio ambiente. Alguns deles levam até 400 anos para desaparecerem por completo do planeta.
É isso mesmo! Em média, um plástico convencional se degrada apenas 0,25% de em um ano, estando em ambiente protegido. Uma estatística assustadora, não é mesmo? Se expostos a condições de decomposição, como fotodegradação degradação oxidativa, termo degradação e degradação química, o processo se acelera um pouco mais, mas ainda assim é demorado.
Além disso, não se engane. o fato de um plástico degradar não significa que ele será inofensivo ao meio ambiente. Pelo contrário, quando a ação finalmente começa, o material se transforma em microplásticos.
Essas partículas quase invisíveis pode contaminar a água e o solo, sendo ingeridas por pássaros e peixes. O resultado é drástico: espécies dizimadas e terras contaminadas e inférteis. Depois disso, não dá para considerar o uso desse tipo de embalagem ainda, concorda?
Plástico Oxibiodegradável
O plástico oxibiodegradável se tornou muito conhecido nos últimos anos com o surgimento de aditivos químicos que prometiam a oxibiodegradação dos plásticos convencionais. Principalmente aqueles destinados à indústria de sacolinhas, e de talheres e copos descartáveis.
A promessa era muito animadora pois bastava acrescentar quantidades mínimas de aditivo (cerca de 1 a 3%) ao plástico convencional e ele se tornaria ecologicamente amigável, tendo total biodegradação em poucos meses. Muitas empresas investiram e ainda investem nessa alternativa, na esperança de proteger o meio ambiente e reduzir o acúmulo de lixo em aterros.
Contudo, não é bem isso o que acontece. Na verdade, os aditivos usados trazem mais malefícios do que benefícios. Para começar, o termo “oxibiodegradável” nem poderia ser utilizado, sabia?
O aditivo empregado no plástico é um óxido, ou seja, ele oxida o plástico. O termo “biodegradável”, por sua vez, significa “aquele que pode ser destruído por um agente biológico”, o que não é o caso do plástico que recebe aditivos.
Dessa forma, o termo mais correto seria “plástico oxidegradável”. É importante ressaltar que o fato de um plástico se oxidegradar não diminui os impactos ao meio ambiente. O emprego de aditivos a uma sacola de polietileno, por exemplo, faz com que ela se fragmente quando exposta a umidade, em razão da ação oxidativa do aditivo, resultando em microplásticos.
Em outras palavras, o emprego desse tipo de aditivo piora e muito a poluição plástica com a dispersão do microplástico, além de impossibilitar a reciclagem. Quando se misturam sacolas oxidegradáveis às convencionais durante a reciclagem, todo o lote a ser reciclado fica contaminado, o que compromete a qualidade de um plástico que poderia voltar a circular.
Plástico biodegradável
Qualquer matéria pode ser considerada como biodegradável quando é capaz de ser destruída por agentes biológicos, como bactérias e fungos. Itens de produção humana, como alimentos processados e derivados de celulose, são exemplos de biodegradáveis. E assim é, também, o plástico biodegradável.
No entanto, é indispensável reforçar que nem sempre o resultado da biodegradação serão insumos inofensivos à natureza. Por exemplo, se acrescentarmos amido a uma sacola de polietileno, em tese a sacola será biodegradável. Afinal, o amido será biodegradado, certo?
Em contrapartida, a sacola se fragmentará na natureza, resultando em polietileno particulado. Dessa maneira, apesar de ser biodegradável, o material não é totalmente sustentável. Daí a importância de se observar o que é classificado de fato como biodegradável.
O plástico biodegradável também só se decompõe se exposto a condições específicas de calor e umidade. Normalmente, as embalagens deste tipo contam com um selo que assegura o sucesso da degradação e especifica o tipo de composição do plástico. É bom sempre ler o que ele diz para ter certeza de que o material realmente é 100% biodegradável.
É importante comentar, ainda, que há estudos que demonstram bactérias muito específicas, se estão em ambiente controlado, conseguem digerir o PET e o poliestireno, plásticos que a princípio não são biodegradáveis. É uma perspectiva animadora, mas ainda há incertezas sobre a segurança desses agentes biológicos e a utilização em larga escala. Sem dizer que é preferível que garrafas PET, por exemplo, retornem à circular, no lugar de serem decompostas.
Plástico compostável
Por último, mas não menos importante, o plástico compostável é aquele que reúne as características de biodegradabilidade e compostabilidade. Ou seja, é suscetível ao ataque de agentes biológicos, o que o torna biodegradável, e ao final do processo de decomposição resulta em água, dióxido de carbono e matéria orgânica apenas, sendo, então compostável.
O plástico compostável tem o diferencial de se incorporar totalmente ao meio ambiente sem que haja a dispersão de insumos perigosos. PBAT, PBS e PLA são exemplos de plásticos pertencentes a essa classe química distinta dos convencionais.
Eles podem ser caracterizados como poliésteres alifáticos, o que quer dizer que possuem estrutura molecular mais fraca e altamente suscetível a hidrólise. Assim, quando expostos a umidade e calor, há uma reação química que quebra suas moléculas a ponto de garantir que elas sejam digeridas por bactérias presentes no solo.
Vale lembrar que esses plásticos também não iniciam sua biodegradação sem que expostos a fatores como umidade, calor e presença de microrganismos. Uma sacolinha compostável pode permanecer totalmente funcional por meses se armazenada em local seco.
Em qual desses tipos de plástico apostar?
Como você pode ver, o ideal é que o plástico convencional e o plástico oxibiodegradável caíssem em desuso. Apesar de não existirem leis rígidas no Brasil para eliminar o uso desses materiais, você pode adotar iniciativas de consumo consciente, seja individualmente ou como empresa.
O plástico biodegradável pode ser uma alternativa mais interessante, mas ainda assim não é ideal dependendo do que constar em sua composição. Com isso, sem dúvida alguma o plástico compostável ganha o posto de plástico mais adequado para minimizar a poluição e os danos ao meio ambiente.
Além de contribuir para a redução de lixo em aterros, se transforma em um poderoso fertilizante para o solo. E, em seu processo de degradação que leva no máximo 9 meses, não causa qualquer prejuízo à natureza e à fauna.
Portanto, agora que você já sabe a diferença entre plástico convencional, plástico oxibiodegradável, plástico biodegradável e plástico compostável e entende que este último é mesmo a melhor alternativa disponível no mercado, não deixe de direcionar esforços para que ele seja prioridade em sua rede de produção ou consumo. Você pode ajudar a mudar o futuro e garantir uma vida mais sustentável para o planeta!
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